Deitado,
Nas amargas vigílias nocturnas
Em que as paredes do quarto
Parecem encolher-se
sobre si próprias,
Perco-me nas profundezas do
pensamento,
Onde dúvidas,
imagens e recordações
Vão desfilando
Por meandros
Cada vez mais cavados
Pela mãos da vida
- A minha
e a daquele que pensa e questiona.
Este último,
é tão meu
como a ilusão de sermos dois.
Percorre cada interstício
na minha cabeça.
Não pára!
E movendo oceanos nestes sulcos
escavados
Arranca-me o descanso
e a apatia madrugadora
De quem carece de sonhar.
E não sonhando,
ele imagina e profetiza
até causar dor.
Dor que não sara
mas que se interrompe
quando o torpor vence o corpo.
E vencido,
deixa-me sozinho
para mais um dia.
Migra,
parte feito
barqueiro.
E na noite
seguinte,
nasce outra vez
na penumbra.
Francisco Chambel
A noite tem virtudes incontidas: traz a poesia. Também.
ResponderEliminarUm beijinho
Não se pode chamar a isto Poesia. Mas obrigado. :)
ResponderEliminarBeijinhos.