sexta-feira, 17 de julho de 2015

Uns certos "Eus"

A intolerância parte do momento em que outros se usam como referenciais aos quais te deves vergar num exercício de comparação. Preconizam que sejas normalóide e fechados no seu egoísmo, onde o seu "Eu" tudo escrutina e questiona, censuram-te e não vêem utilidade em muitas das coisas que fazes ou escolhes. Paciência posso não saber para onde vou, "sei que não vou por aí."!

sábado, 11 de julho de 2015

Aniversário



Há dois dias celebrei 24 anos da minha existência. Como me disse um amigo muito especial "Viva a tua vida, que é preciosa!!!!". Foi o primeiro aniversário como adulto, creio que aquela ideia de maturidade aos 18 anos é uma fraude. Crescer é duro, advém de provações difíceis e, após uma sucessão delas, o olhar que tenho sobre este dia é bem diferente agora. O meu querido pai perguntava-me, a brincar, "então, já pesa?" e eu disse-lhe que não, que, naturalmente, ainda não pesava. Foi dos anos mais singulares de sempre em relação àqueles que me dedicaram um bocadinho de tempo a celebrar a minha existência, mas muito revelador, quer positiva quer negativamente. Muito menos pessoas me felicitaram, mas algumas, inesperadamente, tiveram gestos únicos. Os meus amigos, aqueles que o amor abraça de forma fraternal, estiveram comigo, seja por telefonema ou pessoalmente, a maioria da família também e num destes telefonemas ouvi umas palavras sábias que me tocaram "O objectivo da vida de um homem deve ser a sua felicidade e para isso bastam-lhe duas coisas: ter um rumo para a sua vida, encontrar um sentido a dar-lhe, e ter confiança em si próprio". Foi um presente bonito, este, e fez com que culminasse a caminhada que tem sido o meu crescimento nos últimos meses, ora a passos de bebé ou de gigante.
No peso de que o meu pai falava, do alto dos seus quase 60 anos vividos numa generosidade e numa entrega que dificilmente conseguirei igualar, decido que quero que pesem, positivamente, as pessoas que me preenchem, que me fazem sorrir, que me fizeram crescer e aquelas que com saudade recordo, a minha querida avó Cacilda que pelo segundo aniversário já não me pôde brindar com a sua voz ou com as suas palavras escritas (este ano já custou menos avó) ou o meu tio Manel, o meu querido padrinho.

O que pesa além disto é a alegria de poder existir, a minha família, os meus pais e irmão que tanto amo, os meus amigos e todos aqueles que se cruzaram na minha vida e deixaram semente. Não fico triste por outros não me terem felicitado, não me baseio na reciprocidade neste campo, a vida é mesmo especial, que me felicitem aqueles que genuinamente vêem nela motivo de alegria e de reencontro. Quanto àqueles que o fizeram só para parecer bem, sem qualquer sentimento, sem nada, agradeço, mas podem poupar-se a isso. Podem voar. A minha liberdade, o meu olhar crítico abdica do cinismo e de outros valores desagradáveis, tal como sentimentos de ódio ou rancor, esses não irão pesar certamente na minha vida. Agradeço realmente a todos aqueles que me fizeram sorrir e tornaram o meu dia completo, em especial o meu priminho Rúben que, pelo primeiro ano, já conseguiu dar-me "os parabéns e muitos beijinhos" pelo telefone, as crianças serão para mim, a fonte mais inesgotável de magia, por isso que prenda tão bonita pude ter e por fim, agradeço ao meu irmão, que por circunstâncias da vida, foi o único familiar com quem pude estar neste dia, fisicamente falando, fazendo de tudo para que fosse um dia especial. É isto que levo da celebração dos 24 anos da minha vida.