sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A Confissão de Lúcio - Parte I






A Confissão de Lúcio de Mário de Sá-Carneiro surgiu na minha vida neste semestre quando representou uma das obras de leitura obrigatória de Literatura do Século XX. Embora o génio da Professora e as suas aulas me motivem, o romance, em si mesmo, cativou-me de tal forma, que este é para mim um dos meus romances favoritos, se não, o favorito.

A Confissão de Lúcio é considerado o grande romance do Modernismo Português, ou se formos mais rigorosos, o único, pois tendo em conta que o Modernismo Português acaba por volta de 1919 e este romance foi publicado em 1913 podemos considerar que o outro grande romance ligado ao Modernismo Português - Nome de Guerra de Almada Negreiros escrito em 1925 e editado posteriormente, fica excluído.
             
Seguindo a crítica e a teoria de Tzvetan Todorov que nos fala do fantástico  na literatura assente na tríade: estranho, fantástico e maravilhoso; este romance é uma obra de Literatura Fantástica, não uma confissão ou um romance policial.

Logo no início, a personagem principal, Lúcio, propõe-se a fazer a confissão sobre um crime pelo qual cumpriu pena de prisão, mas que jura não ter cometido. Sá-Carneiro estabelece, então, com o leitor um pacto de verosimilhança, com Lúcio a dizer que vai contar a verdade sobre um crime que não cometeu, ainda que o retrato dessa verdade possa não ser coerente e parecer inverosímil.

E se não fosse um romance embebido do Fantástico, como se entenderia esta história? Lúcio é preso pela morte de Ricardo, seu grande amigo, contudo Lúcio conta que o que se passou naquele dia foi que Ricardo matou a sua esposa, Marta, com um tiro e que de repente, Marta desapareceu e era o cadáver de Ricardo que estava no chão e que o revólver que matara Marta acabara por cair aos pés de Lúcio. Confuso? Talvez, mas belo!

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