sábado, 11 de julho de 2015

Aniversário



Há dois dias celebrei 24 anos da minha existência. Como me disse um amigo muito especial "Viva a tua vida, que é preciosa!!!!". Foi o primeiro aniversário como adulto, creio que aquela ideia de maturidade aos 18 anos é uma fraude. Crescer é duro, advém de provações difíceis e, após uma sucessão delas, o olhar que tenho sobre este dia é bem diferente agora. O meu querido pai perguntava-me, a brincar, "então, já pesa?" e eu disse-lhe que não, que, naturalmente, ainda não pesava. Foi dos anos mais singulares de sempre em relação àqueles que me dedicaram um bocadinho de tempo a celebrar a minha existência, mas muito revelador, quer positiva quer negativamente. Muito menos pessoas me felicitaram, mas algumas, inesperadamente, tiveram gestos únicos. Os meus amigos, aqueles que o amor abraça de forma fraternal, estiveram comigo, seja por telefonema ou pessoalmente, a maioria da família também e num destes telefonemas ouvi umas palavras sábias que me tocaram "O objectivo da vida de um homem deve ser a sua felicidade e para isso bastam-lhe duas coisas: ter um rumo para a sua vida, encontrar um sentido a dar-lhe, e ter confiança em si próprio". Foi um presente bonito, este, e fez com que culminasse a caminhada que tem sido o meu crescimento nos últimos meses, ora a passos de bebé ou de gigante.
No peso de que o meu pai falava, do alto dos seus quase 60 anos vividos numa generosidade e numa entrega que dificilmente conseguirei igualar, decido que quero que pesem, positivamente, as pessoas que me preenchem, que me fazem sorrir, que me fizeram crescer e aquelas que com saudade recordo, a minha querida avó Cacilda que pelo segundo aniversário já não me pôde brindar com a sua voz ou com as suas palavras escritas (este ano já custou menos avó) ou o meu tio Manel, o meu querido padrinho.

O que pesa além disto é a alegria de poder existir, a minha família, os meus pais e irmão que tanto amo, os meus amigos e todos aqueles que se cruzaram na minha vida e deixaram semente. Não fico triste por outros não me terem felicitado, não me baseio na reciprocidade neste campo, a vida é mesmo especial, que me felicitem aqueles que genuinamente vêem nela motivo de alegria e de reencontro. Quanto àqueles que o fizeram só para parecer bem, sem qualquer sentimento, sem nada, agradeço, mas podem poupar-se a isso. Podem voar. A minha liberdade, o meu olhar crítico abdica do cinismo e de outros valores desagradáveis, tal como sentimentos de ódio ou rancor, esses não irão pesar certamente na minha vida. Agradeço realmente a todos aqueles que me fizeram sorrir e tornaram o meu dia completo, em especial o meu priminho Rúben que, pelo primeiro ano, já conseguiu dar-me "os parabéns e muitos beijinhos" pelo telefone, as crianças serão para mim, a fonte mais inesgotável de magia, por isso que prenda tão bonita pude ter e por fim, agradeço ao meu irmão, que por circunstâncias da vida, foi o único familiar com quem pude estar neste dia, fisicamente falando, fazendo de tudo para que fosse um dia especial. É isto que levo da celebração dos 24 anos da minha vida.

1 comentário:

  1. E mais importa talvez o que lhe vão trazer os 24 anos. Com os mesmos amigos e com outros. Com a família. Com quem lhe importe e se sinta bem.

    Hummm...esqueci-me da data. Velhice :)

    Que os 24 sejam vividos com gana. Há ainda muita vida por acontecer. Mas só uma vez fazemos 24 anos. PARABÉNS ATRASADOS

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