Há dois dias celebrei 24 anos
da minha existência. Como me disse um amigo muito especial "Viva a tua
vida, que é preciosa!!!!". Foi o primeiro aniversário como adulto, creio
que aquela ideia de maturidade aos 18 anos é uma fraude. Crescer é duro, advém
de provações difíceis e, após uma sucessão delas, o olhar que tenho sobre este
dia é bem diferente agora. O meu querido pai perguntava-me, a brincar,
"então, já pesa?" e eu disse-lhe que não, que, naturalmente, ainda
não pesava. Foi dos anos mais singulares de sempre em relação àqueles que me
dedicaram um bocadinho de tempo a celebrar a minha existência, mas muito
revelador, quer positiva quer negativamente. Muito menos pessoas me
felicitaram, mas algumas, inesperadamente, tiveram gestos únicos. Os meus
amigos, aqueles que o amor abraça de forma fraternal, estiveram comigo, seja
por telefonema ou pessoalmente, a maioria da família também e num destes
telefonemas ouvi umas palavras sábias que me tocaram "O objectivo da vida
de um homem deve ser a sua felicidade e para isso bastam-lhe duas coisas: ter
um rumo para a sua vida, encontrar um sentido a dar-lhe, e ter confiança em si
próprio". Foi um presente bonito, este, e fez com que culminasse a
caminhada que tem sido o meu crescimento nos últimos meses, ora a passos de
bebé ou de gigante.
No peso de que o meu pai
falava, do alto dos seus quase 60 anos vividos numa generosidade e numa entrega
que dificilmente conseguirei igualar, decido que quero que pesem,
positivamente, as pessoas que me preenchem, que me fazem sorrir, que me fizeram
crescer e aquelas que com saudade recordo, a minha querida avó Cacilda que pelo
segundo aniversário já não me pôde brindar com a sua voz ou com as suas
palavras escritas (este ano já custou menos avó) ou o meu tio Manel, o meu
querido padrinho.
O que pesa além disto é a
alegria de poder existir, a minha família, os meus pais e irmão que tanto amo,
os meus amigos e todos aqueles que se cruzaram na minha vida e deixaram
semente. Não fico triste por outros não me terem felicitado, não me baseio na
reciprocidade neste campo, a vida é mesmo especial, que me felicitem aqueles
que genuinamente vêem nela motivo de alegria e de reencontro. Quanto àqueles
que o fizeram só para parecer bem, sem qualquer sentimento, sem nada, agradeço,
mas podem poupar-se a isso. Podem voar. A minha liberdade, o meu olhar crítico
abdica do cinismo e de outros valores desagradáveis, tal como sentimentos de
ódio ou rancor, esses não irão pesar certamente na minha vida. Agradeço
realmente a todos aqueles que me fizeram sorrir e tornaram o meu dia completo,
em especial o meu priminho Rúben que, pelo primeiro ano, já conseguiu dar-me "os
parabéns e muitos beijinhos" pelo telefone, as crianças serão para mim, a
fonte mais inesgotável de magia, por isso que prenda tão bonita pude ter e por
fim, agradeço ao meu irmão, que por circunstâncias da vida, foi o único
familiar com quem pude estar neste dia, fisicamente falando, fazendo de tudo
para que fosse um dia especial. É isto que levo da celebração dos 24 anos da
minha vida.
E mais importa talvez o que lhe vão trazer os 24 anos. Com os mesmos amigos e com outros. Com a família. Com quem lhe importe e se sinta bem.
ResponderEliminarHummm...esqueci-me da data. Velhice :)
Que os 24 sejam vividos com gana. Há ainda muita vida por acontecer. Mas só uma vez fazemos 24 anos. PARABÉNS ATRASADOS