terça-feira, 15 de outubro de 2013

E como é importante a colher...


Sei que era ele. Nunca mais vou amar alguém assim, mas não é grave. Eu dou conta do recado. Sei que, normalmente, só mais tarde é que conhecemos a nossa alma gémea. Mas azar, aconteceu-me agora aos 25 anos. Nem tem a ver com sexo. Eu quero lá saber de sexo. Não é essa a questão principal. O importante é acordar ao lado de alguém. Dormir em colher. Isso é que é importante, a colher. Saber que se aparecer um tipo mau está lá alguém. É uma metáfora. Os maus nunca aparecem. Acordamos com o vento, sentimos a barriga quente da pessoa que nos ama a respirar contra as nossas costas. Isso é que é a colher. 

Diálogo do filme: Les Amours Imaginaires




 

2 comentários:

  1. Tão bonito este texto! Terei de ver o filme. Provavelmente. O que achou dele?

    Dalida com seu sotaque torna única qualquer canção. Acha que ela já morreu? Se ainda vive, deve ser bem velhota

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  2. É bonito sim! Lembro-me que estava a ver o filme e assim que li isto, parei o filme, fui buscar um caderno e copiei todo este excerto. O filme é francês, é cinema de autor, pouco comercial. Faz pensar, principalmente acerca do amor entre jovens e da fronteira entre a amizade e atracção.

    Pois é, Dalida tem uma voz única e um ar tão exótico... Fui ver, Dalida morreu em 1987, desconfiava que ela já tivesse morrido sim, mas não há tantos anos... Fica-lhe a voz!

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