quarta-feira, 2 de julho de 2014

Para sempre Sophia!




Nestes últimos dias, a Língua Portuguesa está de Parabéns! Começando pela comemoração dos seus 800 anos (quando se atenta contra ela, contra o nosso país, pensem o quanto a nossa língua já testemunhou e contou), passando pela atribuição do Grammy à carreira de Carlos do Carmo, um dos maiores fadistas portugueses chegamos ao dia de hoje e hoje é dia de Sophia. O dia em que a maior poetisa portuguesa é recebida no Panteão Nacional. E em momentos onde, muitas vezes, apenas sobram as palavras, partilho um dos seus poemas, esperando que para sempre se recorde Sophia.



Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que eu não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a terra
Em Primavera feroz precipitado.

Poema retirado do terceiro livro de Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen - Coral .

4 comentários:

  1. Você bem sabe que gosto desta mulher das letras como de nenhuma outra. Precisando, nem do meu poeta preferido gosto assim (Eugénio, desculpa, mas é nela que encontro a minha aproximação de verdade). Mas o que em Sophia me encanta não consigo dizer, sei apenas que se mantém em tudo que escreveu, seja ensaio, conto, poema.

    Gostei que houvesse unanimidade na decisão. E vou gostar mais se a derem a ler nas escolas. O que se ganha a conhecer-lhe o verbo é tanto...

    Não sei escolher poemas de Sophia; em todos a encontro a mesma no fivrso de si.

    Um:

    Breve Encontro

    Este é o amor da palavras demoradas
    Moradas habitadas
    Nelas mora
    Em memória e demora
    O nosso breve encontro com a vida (obra poética III, O Nome das Coisas)

    Beijinho

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    1. Bem sei Just, bem sei! E foi consigo que aprendi a gostar de Sophia! Não há ninguém que escreva como ela, tal como Pessoa. São ambos únicos e grandiosos!
      Sim, foi uma cerimónia bonita e soube bem tê-la nestes tempos que se vivem. Mas com razão, é fundamental que a Obra de Sophia seja dada nas escolas. Eu estudei Sophia logo no 5.º ano e adorei, com a sua "Menina do Mar".

      Todos os seus versos são lindos, obrigado por esses!

      Beijinhos.

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  2. Então...? Não me diga que "Para sempre Sophia" é o seu eterno post (até que o título me diz alguma coisa...)

    Vá lá, Francisco, sacuda a inércia. Você consegue:))

    beijinho

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  3. Just, só agora vi este comentário e só agora pareço querer sacudir a tal inércia. Há 8 meses que nada escrevo neste blogue. É incrível como o tempo passou... Beijinhos.

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