Vivo num exílio, não tenho Pátria. Somente a recordação dela
na algibeira, para quando o coração mirra entristecido.
Faltam-me as palavras e a vontade delas. A irrelevância e a
estupidez prosperam até nos meandros mais recônditos. Tudo redundou num
profundo e exagerado NADA. Tontinhas quarentonas publicam fotos e estados de
alma nas redes sociais, o povinho esbate-se em questiúnculas de merda e
criam-se ajuntamentos para fazer a quadratura do círculo da insignificância.
O "penso, logo existo" degenerou em
"esperneio, logo existo" e há uma luta intestina, em bicos de pés
para se aparecer. Então, no meio de tais vultos reduzidos, onde tudo é tão
(des)interessante, restou-me uma passagem de ir sem voltar...
:))
ResponderEliminarOs homens são intrigantes. Uns, exilam-se dentro de si; outros exilam-se de si. Os primeiros prescindem dos outros na sua realidade, preferem-nos controlados pela memória, usam-nos como lembrança, no passado, portanto; os segundos dissolvem-se na notícia e, como você diz, esperneiam, e, porque não se sabem a si mesmos são incapazes de saber o outro, vivem da exterioridade.
Porém, para sabermos o outro temos de deixá-lo escrever em nós a sua história. E o inverso.
Mas leva tempo. Faz sofrer. Cria angústias de realmente. Obriga a desistir de muitas coisas para que se salvem as pessoas...
E poucos arriscam.
PS: Achei lindo lindo. Mas não compre bilhete só de ida. Lembre-se da alegoria da caverna. Alguém tem de voltar. Os prisioneiros são aos montes. Resmas deles.
Um beijinho doce ao introspectivo
Just, sinceramente tem toda a razão. O que eu vejo são pessoa exiladas de si próprias! Excelente imagem!
ResponderEliminarSim poucos arriscam, hoje quase diria que arriscar é arriscado, em jeito de La Palice!
P.S. - Obrigado! :) Ainda bem que gostou deste pequenino texto. Eu barafusto, barafusto, mas volto sempre...
Beijinhos.