segunda-feira, 27 de maio de 2013

Amador Sem Coisa Amada - António Gedeão

Amador Sem Coisa Amada

Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar 
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.

António Gedeão


Talvez este poema resuma tudo aquilo que posso dizer, nalguns momentos mais distantes.  - "Quem me quiser que me chame/ou que me toque com a mão." E quanto à existência? Seremos amadores ou profissionais?

2 comentários:

  1. Não sei o que somos, mas espero que não sejamos profissionais. Já viu o profissionalismo que exibiríamos?! asneiramos como principiantes :)

    http://www.youtube.com/watch?v=WX3UiN60Vdg
    Bolero de Ravel, Filme Les uns et les autres

    Espero que goste. Bj

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  2. Bem Just, é uma boa defesa do papel amador na existência! :) Também não creio que sejamos profissionais...

    Gostei bastante do link que me enviou. Obrigado.

    Beijo e obrigado pelo comentário.

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